Ginasta se tornou a maior medalhista olímpica do Brasil, com seis pódios
Rebeca Andrade no solo em paris — Foto: Loic VENANCE / AFP
Após a conquista do bronze por equipes, da prata no individual geral e da prata no salto, a ginasta Rebeca Andrade conquistou o ouro no solo da Bercy Arena e, com isso, tornou-se a maior medalhista olímpica do Brasil. A ginasta ficou à frente da multicampeã olímpica Simone Biles, que era favorita e terminou com a prata.
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Agora, com seis pódios, a brasileira superou atuais recordistas brasileiros, os iatistas Robert Scheidt e Torben Grael, com quem estava empatada.
O “solo de ouro” de Rebeca pode ser o último dela em eventos internacionais. Ela confirmou que daqui para a frente não fará mais as provas do individual geral, que reúne as notas dos quatro aparelhos. Para ela, o solo é o mais desgastante.
Além dos elementos acrobáticos, a dança e a música são pontos fortes. Rebeca tem solo com música de Beyoncé, “Movimento da sanfoninha”, de Anitta, e trecho do “Baile de favela”.
— O solo consome. Toda vez que ela volta a trabalhar no tablado, sente dores. E é isso que ela não quer mais. Não é só o cansaço físico, dói o joelho, dói o tendão. Esse aparelho exige mais. Eu sei, eu vejo como ela fica, o sofrimento — diz o treinador Francisco Porath, para quem a atleta, mesmo com as questões físicas, tem mais chances de pódio no solo. — A trave é cruel, não perdoa. Errou um pé, pode ficar fora de uma decisão, como foi o caso da Flávia Saraiva.
Rebeca e Simone Biles ficaram de fora do pódio na final da trave. Se fosse campeã nas duas, Biles se igualaria à nadadora Katie Ledecky e à ginasta Larisa Latynina na segunda posição das atletas com mais medalhas de ouro na história dos Jogos Olímpicos, com nove. Só o nadador Michael Phelps, também dos EUA, tem mais, 23 (28 no total).
Assim como Rebeca, Biles tem sido questionada sobre possíveis despedidas. Ela comentou que deve abandonar o salto Biles II, que “pode estar ficando velha”, mas que está tentada a competir em Los Angeles-2028, aos 31 anos.
— Nunca diga nunca. As próximas Olimpíadas serão em casa, então nunca se sabe, mas estou ficando velha — disse Biles, que desabafou sobre os questionamentos dos jornalistas nas redes sociais. “Vocês realmente precisam parar de perguntar para os atletas que conquistam medalhas sobre o que vem a seguir. Nos deixem desfrutar de algo que trabalhamos nossa vida toda para conquistar”.
Por O Globo